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Crédito: Gustavo Bakr/Divulgação |
Por Guilherme Udo
A versão brasileira do musical
Next to Normal, intitulada
Quase Normal, estreou no palco do
Teatro Clara Nunes, dentro do Shopping da Gávea, em julho deste ano. A montagem nacional tem direção e versões de
Tadeu Aguiar e um elenco de garra. O
musical chegou na Broadway em abril de 2009, após uma série de apresentações off-broadway que ocorriam desde 2008, e permaneceu em cartaz até o início de 2011. Foi vencedor de três prêmios
Tony e ainda levou o
Pulitzer Prize for Drama de 2010. Atualmente, vários países recebem montagens da aclamada produção.
No
Brasil, a história de uma família que pretende levar uma vida normal e acaba expondo seus problemas e felicidades para a plateia é levada com garra por um elenco talentoso.
Vanessa Gerbelli - em interpretação comovente e acertada, merecedora de todos os destaques - dá vida à Diana, uma esposa e mãe que luta contra a bipolaridade. Seu marido em cena é
Cris Gualda, que traça muito bem as nuances do abnegado Dan Goodman.
Os filhos do casal são vividos por
Carol Futuro - que ganha destaque ao construir uma Natalie revoltada com a situação, mas que deixa transparecer o carinho e a importância que a família tem em sua vida - e
Olavo Cavalheiro. Completam o elenco principal,
André Dias dando vida aos médicos de Diana em mais um de seus trabalhos impecáveis e
Victor Maia na pele de Henry, namorado de Natalie e responsável por grande parte das risadas no decorrer do musical.
O time de atores ainda conta com mais três pessoas no coro e que fazem substituições ocasionais, em casos de imprevisto. São eles:
Gabriel Falcão (substituto de Gabe e Henry),
Rafael de Castro (substituto de Dan e médicos) e
Aurora Dias (substituta de Diana e Natalie).
Tadeu Aguiar acerta na direção ao trazer a intensidade de cada personagem para uma interpretação mais realista e menos gritada do que o musical original apresenta. Como ele mesmo já disse, o que interessa é a história daquelas pessoas e não o ator provar que tem uma voz potente. Cabe destacar o brilhante trabalho na direção musical feita por
Liliane Secco e toda a orquestra, além da preparação vocal de Mirna Rubim. As coreografias de Flávia Rinaldi também ajudam a deixar o musical no trilho intenso, que segura a plateia na cadeira até o último minuto.
Outros dois destaques da montagem são: as
versões - que feitas pelo próprio Tadeu, contam a história com fluência, levando muitos espectadores a nem perceberem que a maioria das falas são cantadas - e o
cenário de Edward Monteiro, que traduz uma casa (linda, por sinal!) e outros cenários com auxílio de tapadeiras que deixam um ar misterioso e ainda transparecem a orquestra que fica em cena.
Quase Normal é um musical que vai na contramão das grandes produções, com cenários simples, sem grandes coreografias e efeitos especiais, mas que se apoia num elenco de qualidade e com um texto de tirar o fôlego. Grande destaque da temporada teatral carioca. Vale a pena!