Bárbara PaludetiEditora de Literatura
Especial para Cinema
Paixão (ao menos simpatia) por cachorros talvez seja essencial para ler e gostar de "Marley e Eu" (saiba mais sobre o livro). Li o livro no fim do ano passado e assisti o filme logo em seguida. Nesta crítica, falarei de ambos.
Muita gente com quem conversei me disse que não gosta de filme e/ou livros de cachorros. Creio que aí more a questão principal. "Marley e Eu" É a história do labrador amarelo que aterroriza a vida do jovem casal Grogan de jornalistas. No enredo aparece o nascimento dos filhos do casal, as confusões da família, os problemas com o emprego, todos meros coadjuvantes.
Com a alcunha de "o pior cão do mundo", Marley encanta e espanta a vida do casal John e Jenny. A história é envolvente, engraçada, emocionante e, acima de tudo, bem escrita. Não há como ficar alheio e não imaginar (e rolar de rir) as peripécias de Marley quando filhote, sua visita à praia dos cães e, claro, suas confusões que não foram poucas.
Não dá também para não lembrar do cachorro que se tem em casa quando John Grogan narra a viagem de férias do casal e as dificuldades enfrentadas pela amiga de Jenny que ficou tomando conta de Marley. Afinal, o labrador amarelo sentiu falta dos donos e aprontou horrores na sua ausência.
E, definitivamente, não há como não se emocionar diante das dificuldades enfrentadas por Marley na velhice e em seus dias derradeiros, porque, é claro, a história e o livro só têm razão de existir porque o cachorro morre. "Marley e Eu" é uma homenagem póstuma ao "pior cão do mundo".
A trama envolvente te prende até o último segundo, quando você termina o livro com lágrimas rolando pelo rosto, lágrimas essas, aliás, que começam nos três capítulos finais do livro.
Falta Marley no filme
Quando li o livro, imediatamente fiquei bastante interessada em assistir a adaptação para as telonas. Mas, como é de praxe, as adaptações de livros nunca são boas o suficiente, principalmente para os aficionados por literatura. Algumas conseguem ser primorosas, como a trilogia do Senhor dos Anéis, outras decepcionam, como Harry Potter, e, sim, entendo que deva ser complicado fazer um filme de três horas em cima de um texto de mais de 700 páginas.
Com "Marley e Eu" não foi diferente. O filme é divertido, é apaixonante também, assim como o cão Marley.
A atuação de Jennifer Aniston e Owen Wilson como o casal protagonista está ótima. Porém, o roteiro pecou por deixar a razão de existir do filme, o cachorro Marley, meio de escanteio.
O ponto alto do filme é o final, quando aparecem trechos extraídos do livro, o mais marcante é: "dê seu coração à um cachorro que ele lhe dará o dele", exatamente como aparece no texto.
De qualquer modo, em várias situações, faltou Marley no filme, afinal, é um filme sobre um cachorro e sua família, não sobre uma família e seu cachorro. Mas, vale a ida ao cinema ou o aluguel do DVD, em breve, certamente, como grande parte do cinema, você vai sair fungando de tanto chorar, ou se for homem, tentando seguras as lágrimas.
Enfim, se você é um apaixonado por cães, assista e, principalmente, leia "Marley e Eu". Se você não é, dê-se essa chance, tenho certeza de que você vai repensar seus conceitos, porque como já diria um amigo meu: "não confie em uma pessoa que não goste de cachorros".
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