Editor de Teatro & Música
Emoção e razão dividem espaço na trama de "O Caminho para Meca", em cartaz no Teatro Jaraguá. Na peça, Cleyde Yáconis mostra mais uma vez seu brilhantismo, aos 84 anos, dando vida a Helen com uma paixão que emociona a platéia. Sua personagem foi inspirada em uma produtora de arte não convencional chamada Helen Elizabeth Martins, nascida em 1897 e morta em 1976.Ao lado de Lúcia Romano (Prêmio Shell 2007) e Cacá Amaral, Cleyde fala de temas como apartheid, segregação racial e negociação das diferenças em um cenário - de André Cortez - que aproveita muito bem o espaço cênico recriando vários ambientes de uma casa sem que seja necessária a transição de objetos, tão simplesmente pela demarcação de diversos ambientes pelo rodapé. É como se a peça realmente se passasse em uma casa, onde as paredes foram derrubadas e os móveis continuaram em suas posições originais.
A direção ficou a cargo de Yara Novaes que prezou por, em suas marcações, propiciar um clima íntimo necessário ao texto, contrapondo-o em alguns momentos de brigas com o distanciamento dos personagens. A iluminação, muito bem elaborada por Telma Fernandes reforça de forma sutil e acertada o universo dos personagens.
O Caminho para Meca
com Cleyde Yáconis, Lúcia Romano e Cacá Amaral.
Teatro Jaraguá - R. Martins Fontes, 71 - Centro
Sextas às 21h30, Sábados às 21h e Domingos às 18h
Ingresso: R$ 30,00. Apetesp: R$ 5,00.
Recomendado para maiores de 12 anos.
Duração: 90 minutos. Até 14 de Dezembro.
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