Editor de Cinema & Jovem
“Em 7 dias, Deus criou o mundo. Em 7 segundos, eu destruí o meu.” - Ben ThomasAos 40 anos, Will Smith é um daqueles atores capazes de levar nas costas qualquer tipo de filme, talento que garante sucesso de público para qualquer produção que tenha seu rosto estampado nos cartazes. E Will não o faz por menos, desde "Homens de Preto", vem fazendo, pelo menos, um filme por ano. Polivalente, o rapper ainda tem na agenda produções confirmadas até o fim de 2010.
Em "Sete Vidas"(Seven Pounds), Will Smith retoma a parceria com Gabriele Muccino, diretor do aclamado "À Procura da Felicidade". Porém, quem espera algo parecido com o longa que rendeu a indicação ao Oscar de Melhor Ator para Smith pode sair da sala de cinema com uma ponta de frustração.
Obviamente dado a trazer lágrimas aos olhos dos espectadores, Muccino optou por um roteiro ao estilo M. Night Shyamalan, diretor e roteirista de "Sexto Sentido" e "Sinais". Isso porque, se em "À Procura da Felicidade" todos elementos da trama são apresentados de forma clara em uma narrativa linear, em "Sete Vidas" todas as peças do quebra-cabeça só se encaixam no fim do filme, como acontece nas tramas de M. Night.
Ben Thomas (Smith) é uma agente da Receita Federal norte-americana, cujo o trabalho consiste em investigar e aplicar as devidas punições aos que são pegos pela malha fina. Estranhamente, de acordo com o caráter de cada um, Ben começa a aplicar pesos diferentes no tratamento com as pessoas que fiscaliza. Conduta que fica clara no seu envolvimento com Emily Posa (Rosario Dawson), uma paciente cardiopata que faz com que Ben mude a visão sobre a única coisa julga impossível - uma aproximação afetiva.
Diferente dos últimos personagens de Will Smith, Ben Thomas não quer ser um herói. Nada mais é que uma alma arrependida que busca redenção. Até os minutos finais, pouco se sabe da causa de tamanho arrependimento - excluídos os flashes evasivos - responsável por tornar tão raros os sorrisos no rosto de Thomas. Com a narrativa não linear baseada em flashbacks, "Sete Vidas" remonta a trajetória do mártir forçado da Thomas até o derradeiro momento de seu suicídio.
Por fim, "Sete Vidas" não é um roteiro de vitória pessoal ou de altruísmo exacerbado, uma aposta que foge ao clichê mas, por pouco, erra o alvo. Talvez por isso e pela prepotência da produção em querer fazer dele o "Sexto Sentido" dos anos 00, "Sete Vidas" não seja capaz de superar todas as expectativas que o cercam. Esperemos por um novo filme de Will em 2009!
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