Crítica: 'O Advogado de Deus'

Guilherme Udo
Editor de Teatro

A peça "O advogado de Deus" é baseada no best-seller homônimo de Zibia Gasparetto (ditado pelo espírito Lucius, o romance é considerado um dos maiores sucessos da escritora, com mais de 340 mil exemplares vendidos desde que foi lançado em 1998) e está em cartaz no Teatro Santo Agostinho, em São Paulo.

A história se passa nos anos de 1932 e 1951, no Rio de Janeiro, em uma época de boas músicas, romantismo e idealismos e conta a história de Alberto, um jovem em luta para reaver a herança e a verdadeira identidade, que lhe foram usurpadas por seu primo José Luís Camargo. Daniel Rezende é o jovem advogado idealista que aceita defender sua causa em juízo. O que se percebe no desenrolar da história é que existem laços espirituais de outra vida (século XVX), unindo Alberto, Daniel e a bela Lídia, que faz pulsar mais forte o coração dos dois rapazes.

A trama foi muito bem transposta para os palcos e prende a plateia desde os primeiros momentos. A história ganhou um ritmo certo e flui, como se tivesse sido escrita para a encenação. A direção certeira ajuda nessa condução da plateia e optou por ser simples em favor da história.

O elenco destaca-se por belíssimas interpretações, sem exageros. Os personagens são tão bem construídos que se tem a impressão que são reais e não atores dando vida a eles. Destaque para Lisa Vieyra que traz doçura e determinação a sua personagem com facilidade.

O único contra da peça é o alto volume da trilha sonora que, por muitas vezes, incomoda a plateia e tira a atenção da belíssima encenação.

Serviço: "O advogado de Deus"
Com Flávio Guarnieri, Denis Derkian, Rosana Penna, Alexandre Marques e outros.
Sábados às 19h, e domingos às 18h30.
Teatro Santo Agostinho - Rua Apeninos, 118, Liberdade. - Tel. (11) 3209-4858.
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia entrada).
Horário de funcionamento da bilheteria: de quarta-feira a sábado, das 12h às 20h30; domingo, das 11h às 20h.
Não recomendado para menores de 10 anos.